Você abriu a empresa e está sedento para ver os clientes comprando e o caixa aumentando. Nas suas previsões mais pessimistas em poucos meses a empresa atingiria o patamar máximo de receita mensal e o ponto de equilíbrio seria inevitável, tudo como você sonhou...
Vale aqui um lembrete importantíssimo. Todo negócio em fase inicial terá mais dificuldades de fazer caixa que outros concorrentes já estabelecidos. Esta é a regra, mas é claro que há exceções. Se a regra diz que a maioria sofre com este problema, o que você pode fazer para minimizá-lo?Na prática, porém, você começa a perceber, desde a abertura da empresa, que o crescimento da receita não está ocorrendo como o desejado. Como evitar esta situação?
Em primeiro lugar, quando você fizer suas projeções de receita, não se esqueça de considerar fatores como sazonalidade e velocidade de crescimento como premissas básicas. Tenha cuidado com projeções feitas em softwares e planilhas financeiras, pois os recursos tecnológicos destas ferramentas podem induzi-lo a erros. Ao fornecerem vários recursos para que as projeções sejam feitas de maneira rápida acabam por induzir o empreendedor a fazer projeções otimistas, com receitas sempre crescentes e se esquecendo de fatores que prejudicam a lucratividade, tais como:
• Perda de clientes (sim, você vai perder clientes, pois isso é inevitável);
• Clientes maus pagadores ou caloteiros (sim, você terá clientes com este perfil);
• Diversidade de formas de pagamento (cartão de crédito, cheque, boleto etc. são mais comuns que o pagamento à vista em dinheiro e isso prejudicará o caixa da empresa, já que a maioria das vendas é feita a prazo).
Portanto, procure balancear seu otimismo com racionalidade e não se esqueça de aplicar um fator de correção nas projeções de receita, principalmente nos meses iniciais. Isso permitirá que você tenha uma visão mais realista do futuro da empresa e entenda com mais clareza até quando a empresa ficará no vermelho antes de começar a ter lucros.
Fonte: UOL Economia - Esta coluna foi escrita com base no livro "Empreenda (quase) sem dinheiro". |