Defesa dos interesses coletivos é prioridade da indústria paranaense
sexta, 27 de julho de 2018
Sistema Fiep busca ambiente de negócios mais atrativo para investimentos. Frete mínimo é um dos temas de destaque para a Federação
Há poucos meses, uma paralisação nacional de caminhoneiros dominou os noticiários e colocou a população em estado de alerta. Enquanto a categoria reivindicava a diminuição em impostos de combustível, a situação trouxe à tona um elemento importante para o setor industrial do país: a união entre a esfera pública e a privada, que ainda precisa encontrar mais pontos de equilíbrio.
Prova de que ainda existe um certo desajuste nessa relação veio em seguida, com o tabelamento do frete, uma das medidas adotadas pelo governo para encerrar a greve, mas que afetou diversos setores produtivos. “Houve um grande transtorno, especialmente em setores ligados a produtos de baixo valor agregado, como a agroindústria”, explica o presidente do Sistema Fiep, Cláudio Petrycoski. É o caso do calcário agrícola: com a tabela de frete mínimo, o valor do transporte fica muito mais alto do que o próprio produto.
Claudio Grochowicz, diretor do Sindicato da Indústria de Extração de Mármores, Calcários e Pedreiras do Paraná (Sindemcap), reforça as dificuldades que o setor enfrenta desde então: “a queda das vendas, aliada à insegurança jurídica, obrigou muitas empresas a pararem suas atividades e entrarem em férias coletivas até que haja a normalização do mercado”.
Essa situação afeta toda a cadeia produtiva, chegando até o consumidor final. “O agricultor para de comprar porque o frete está muito caro, a indústria para de produzir porque ninguém compra e o setor de transportes também fica sem trabalho. O impacto chega até a prateleira do supermercado: menor produtividade, menor oferta de produtos, maior inflação”, detalha Petrycoski.
Em busca de mais produtividade, giro de produtos e trabalho para toda a indústria, o Sistema Fiep ajuizou uma ação coletiva ordinária, com pedido de tutela de urgência. O objetivo é utilizar o tabelamento como referência, e não como obrigatoriedade. No entendimento da entidade, o tabelamento impacta toda a economia. “Se todos os setores passam a utilizar tabelas de forma impositiva em produtos e serviços, o princípio de livre mercado é ferido. Quem paga por isso é a sociedade toda, seja na alta dos preços ou na queda de emprego e produção”, destaca Petrycoski.
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