O comércio varejista do Paraná está otimista com as vendas deste ano. A estratégia do governo de baixar a Taxa Básica de Juros (Selic)  e a redução do IPI para alguns eletrodomésticos e móveis com o objetivo de estimular a produção nacional, já se reflete nas vendas comerciais. Para este ano, a Federação do Comércio do Paraná está projetando um aumento das vendas entre 7% e 7,5%, acima dos 6% previstos na média nacional e também superior ao percentual de 6,5% verificado em 2011. Eu conversei com o economista e assessor da Fecomércio, Vamberto Santana, e ele me disse que a continuidade dos financiamentos habitacionais será fundamental para o crescimento das vendas do comércio de materiais de construção, móveis e  decorações e eletrodomésticos.

O economista me disse que o tem se verificado nos últimos meses são diferenças comportamentais no comércio do interior e da capital. Por exemplo, no caso de autopeças, enquanto que em janeiro as vendas no varejo de autopeças cresceram 5,2% no interior, em Curitiba e região metropolitana houve uma queda de 4,98%. A justificativa é que o consumidor da capital prefere trocar de veículo quando ele começa a apresentar problemas de mecânica. Já no interior, como o conserto fica bem mais em conta, as pessoas optam por fazer as reparações necessárias do que simplesmente vender o seu carro e comprar outro.

O desempenho da agricultura também tem um peso forte no comércio paranaense. A agricultura indo bem, aumenta a venda de tratores, máquinas e colheitadeiras no interior. Já na Grande Curitiba, se vende mais automóveis, caminhões e ônibus.

Nos dois primeiros meses do ano, o setor do comércio varejista que mais se destacou em termos de venda entre os 14 segmentos pesquisados pela Fecomércio foi o de livrarias e papelarias, com crescimento de 19% em relação a 2011. A explicação é simples: é que neste período do ano são realizadas as compras de materiais escolares.

Em relação às vendas da Páscoa, a Federação do Comércio do Paraná está projetando um aumento entre 5% e 6%  sobre igual período do ano passado. Segundo Vamberto Santana, o aumento até que poderia ser maior, mas como há um comprometimento maior de renda das classes C e D com o financiamento de móveis e eletrodomésticos, as projeções dos comerciantes são mais cautelosas. Além de chocolates, a Páscoa também beneficia as vendas de vestuário, perfumes e restaurantes.